Pucón. Por trás do pequeno nome, há uma pequena cidade e um imenso vulcão. Seu entorno fascinante colocou esse lugar, sem demora, na minha lista de “imperdíveis” para visitar aqui no Chile. São diversos os motivos que tornam Pucón especial.
Fica à beira de um cristalino lago e praticamente à base de um dos vulcões mais ativos do Chile, tornando única a paisagem da cidade. O centro é um charme, da arquitetura aos restaurantes e lojinhas. Em seu entorno, há parques nacionais ricos em fauna e flora, como o Huerquehue. Além disso, por estar em uma região vulcânica, há muitas termas por perto, aptas para banho.

E eu poderia escrever ainda mais três ou quatro parágrafos de motivos para visitar o lugar, mas vou parar por aqui e contar como foram os nossos (insuficientes) 5 dias em Pucón, fora do verão.
A melhor época para ir
A primeira coisa a considerar é que Pucón é fria e úmida! E, infelizmente, o tempo nublado, muitas vezes esconde o rei do pedaço, o vulcão Villarrica. As condições climáticas interferem nas atividade por ali, mas há o que se fazer durante todo o ano.
A alta temporada é no verão, entre dezembro e março, quando os parques nacionais estão em pleno funcionamento e as praias lacustres lotam.
O que fazer em Pucón
Dia 1
Chegamos já quase no fim da tarde e nos instalamos em um excelente apartamento reservado pelo Airbnb, de frente para o lago Villarrica (veja abaixo). Depois demos uma passada rápida no centro para ir ao mercado. A maior parte das refeições fizemos em casa, para dar uma equilibrada nos gastos da viagem.
Por sorte tiramos fotos do vulcão Villarrica nessa hora, pois foi o único dia de céu totalmente aberto. Então, fica a dica: se o céu estiver aberto, não deixe as fotos para o dia seguinte!

Passamos o restinho do dia aproveitando a vista maravilhosa da hospedagem.

Dia 2
Parque Nacional Villarrica
Apesar da chuva fomos até o Parque Nacional Villarrica. A maior parte das atividades não estava funcionando, inclusive na portaria não havia ninguém, mas pudemos entrar com o carro. Usamos o acesso mais próximo de Pucón, que fica a apenas 10 km.

Demos uma volta seguindo placas até a estação de esqui. Estava fechada, como esperado, e sem traços de neve, apesar do frio que fazia! Tentamos tirar fotos do vulcão, mas estava completamente escondido em meio à névoa.

As agências turísticas locais vendem tour de escalada ao vulcão até sua cratera. Essa é uma atividade muito procurada na região, no entanto, a disponibilidade depende de condições climáticas.
Parque das Cavernas Vulcânicas
Não tendo muito o que fazer no parque Villarrica partimos para o Parque das Cavernas Vulcânicas, um passeio mais apropriado ao dia de chuva, e que fica na mesma área.

Achei meio pesado o valor de entrada ao parque (18 mil pesos, cerca de 100 reais por pessoa!), mesmo o passeio sendo interessante. Se pagar com dinheiro, exija seu recibo…
A atividade dura cerca de 1h30 e inicia em um pequeno museu, onde o guia explica sobre a atividade vulcânica local e mundial. Ali está o primeiro sismógrafo que foi utilizado para monitoramento do vulcão Villarrica.
Em seguida iniciamos uma curta caminhada até a entrada da caverna. O arredor é muito bonito, diferente e “vulcânico”.

Todo o circuito é feito com guia local. Se estiver fazendo a viagem sem carro, pode contratar um tour na cidade de Pucón, até o local.

A caverna é bastante profunda. Andamos um monte lá dentro, descendo vários níveis até o limite permitido para turismo.

Dá um medinho pensar que aquilo tudo foi passagem de lava vulcânica. E se acontece uma erupção bem naquela hora? Não acontece. Segundo a explicação do guia, atividades vulcânicas são monitoradas e podem ser previstas a tempo de evacuar a área.
Também não me deu sensação de claustrofobia. A caverna é ampla, fria e úmida. Apesar de não ter qualquer possibilidade de iluminação natural lá dentro, há alguns pontos de iluminação artificial e as lanternas dos celulares ajudam bastante.

Há paredes com diferentes cores e texturas, que adquirem essa ou aquela característica a depender da quantidade e temperatura da lava que passou por ali.


No local também há uma trilha rápida de onde se vê a cratera de um vulcão adormecido, atravessando por uma ponte suspensa.
O Parque das Cavernas Vulcânicas fica aberto todos os dias das 10h às 17h.
Dia 3
Parque Nacional Huerquehue
Outro dia de chuva, mas fomos ao Parque Nacional Huerquehue. Não deu para tirar muitas fotos, nem completar as trilhas, mas valeu o passeio.

São poucos quilômetros de Pucón até lá, porém leva cerca de uma hora para chegar, porque boa parte do caminho é de terra.
A principal característica do Huerquehue é que possui diversos lagos e lagoas integrados à sua geografia montanhosa.

Apesar de não termos conseguimos aproveitar tanto quanto gostaríamos, esse parque tem paisagens lindíssimas. É um passeio que merece estar em seu roteiro. Tem um post explicando mais detalhes e contando nosso dia chuvoso por lá.
Leia clicando no link Os lagos e lagoas de Huerquehue.
Cidade de Villarrica
Voltando do parque fomos conhecer a cidade vizinha, Villarrica. Para chegar basta seguir alguns quilômetros pela rodovia 199, que margeia o lago Villarrica.
Essa cidadezinha fica na beira do lago em uma posição que permite ter uma vista incrível lago-vulcão.

O centrinho é charmoso como o de Pucón, com lojinhas e restaurantes. Vale muito a pena uma volta por ali. É também uma boa alternativa de hospedagem.

Dia 4
Cidade de Valdivia
Fomos conhecer a capital cervejeira do Chile, Valdivia! Mas a cidade está longe de se restringir a isso. Tem bastante coisa legal por lá e muita história.

Visitamos a cervejaria Kunstmann, fomos à tradicional loja de chocolates Entrelagos, visitamos o mercado fluvial e fomos ao Forte Niebla, um passeio que recomendo demais!


Saiba mais sobre o passeio em Valdivia no post A capital cervejeira do Chile.
Dia 5
Ojos de Caburga
Usamos esse dia para conhecer um pouco de Caburgua (ou Caburga). Fica uns 20 quilômetros de Pucón, no mesmo caminho do parque Huerquehue. O lago Caburga se transforma em uma agitada praia durante o verão.
Não era o caso em novembro, então fomos aos Ojos de Caburga, um conjunto de quedas d’água que forma um poço azul e transparente.

A entrada custou apenas 1.000 pesos (6 reais) e a caminhada é bem curtinha até as passarelas que dão acesso às cachoeiras.

Gostamos muito do passeio. Dá para fazer em meio dia ou menos. O local tem estrutura para picnic e banheiros.

Há também uma trilha de mais ou menos um quilômetro chamada Isla, que segue pela beira do rio Caburga.

Dica: há dois acessos aos Ojos de Caburga. O GPS indica um em que a entrada só dá acesso às passarelas superiores, sem vista para todas as quedas d’água. Siga a sinalização da estrada, ao invés do GPS, para entrar pela propriedade que dá acesso às passarelas inferiores. A vista é mais bonita e próxima do poço, além da tarifa de entrada ser um pouco mais barata.
Esse passeio também faz parte de um roteiros da agência parceira do blog em Pucón!
A cidade de Pucón
No restante do dia aproveitamos para fazer um city tour em Pucón e para descer até o lago Villarrica. Nossa hospedagem tinha uma trilha para acesso direto ao lago.

No verão, quando a água está mais baixa, tem praia na margem, para a alegria dos veranistas. Não fomos na melhor época para isso, então, não entramos no lago, mas nos divertimos tirando fotos dali. A temperatura da água não era congelante, como achei que seria.

Batemos perna no centro, visitamos a Plaza de Armas (que é muito linda!) e a feirinha de artesanatos.


Dá para fazer tudo a pé.

Dia 6
Era hora de dar tchau a Pucón e iniciar nossa viagem de volta a Santiago…
Acabamos deixando de fazer um passeio bom para qualquer época do ano. As Termas Geométricas.

Como mencionei no início do post, a região vulcânica em que se encontra Pucón, oferece diversas opções de termas.
As Geométricas, com 20 piscinas, não são as mais baratas (entre 20 e 30 mil pesos, ou seja, a partir de 110 reais por pessoa), mas são bem cobiçadas. Ficam dentro do Parque Nacional Villarrica pelo acesso sul, o que significa dizer que estão a 1h30 de distância de Pucón via Licanray (outra cidadezinha próxima, à beira do lago Calafquen, e que vale uma visita).
Visitei o local em outra viagem. Veja mais detalhes no post Termas Geométricas em sintonia com a natureza.
Como chegar em Pucón

Aéreo a partir de Santiago
Via Temuco (1h20 de voo – aeroporto Maquehue – PZS) e mais 120 km em rodovia.
Via Valdívia (1h30 de voo – aeroporto Pichoy- ZAL) e cerca de 150 km em rodovia.
Rodoviário a partir de Santiago
São 800 quilômetros pela rodovia 5, que tem ótima condição apesar do movimento carregado de caminhões em alguns trechos. Próximo à cidade já é possível ver o vulcão Villarrica, o que torna linda a paisagem.
Ir de ônibus (Romani, Turbus, Pulmann) em assento leito ou semi leito, pode ser uma boa. Economiza um dia de hospedagem e horas úteis para passeios.
Se optar por ir de automóvel, pelo site Rentalcars é possível realizar a cotação, comparando o preço das diversas locadoras, e concretizar a reserva do carro de maneira segura.
Onde se hospedar em Pucón
As hospedagens no centrinho da cidade têm a vantagem de que tudo pode ser feito a pé. Acesso a agências de turismo, restaurantes, mercados, etc. Há acomodações de diferentes padrões para escolher o que encaixa melhor no seu orçamento.
Mas, se tiver condiçõe$$$, recomendo pesquisar hospedagens com vista para o lago Villarrica. Reservamos um apartamento sensacional pelo Airbnb. Foi o melhor investimento que fizemos durante a viagem.


Essa hospedagem tem churrasqueira privada, lareira, dois quartos grandes com suíte, piscina, jacuzzi em área comum, salão de jogos, acesso à praia privada e até uma queda d’água dentro da propriedade! São poucos apartamentos, o que garantiu um local bem tranquilo para os momentos que quisemos descansar. Os anfitriões também foram excelentes!
Sobre o Airbnb: é um site para reserva de hospedagem em casas ou apartamentos. Há a possibilidade de alugar a propriedade toda para você ou apenas um quarto. As tratativas são diretamente com o proprietário, porém intermediadas pelo site, para garantir a segurança de ambas as partes.
Cupom de desconto Airbnb
Use o link https://abnb.me/e/GYMfFrQj1S para obter R$ 130,00 de desconto na primeira reserva.
Onde comer em Pucón
Raíces – Cozinha Chilena

Esse restaurante tem dois espaços independentes. Uma cervejaria, com cardápio de lanches e um restaurante de pratos mais elaborados. Almoçamos no restaurante e comemos muito bem, num ambiente agradável. Não precisamos de reserva, pois chegamos cedo. A conta foi de 41 mil pesos (cerca de 230 reais para duas pessoas). Rua Fresia, 315
Senzo – Risoto e massas

Almoçamos também sem reserva, porque era cedo (aqui no Chile 12h30 é cedo. Os chilenos costumam almoçar depois das 13h00).
Ambiente muito agradável e comida gostosa. Apesar de ser um restaurante de massas, comi um ceviche, que na verdade era uma entrada bem servida.
Isso resultou numa conta mais econômica, de 25 mil pesos (140 reais para duas pessoas). Rua Fresia, 284
Hestia & Bacco – Frutos do Mar e Internacional

Esse restaurante é muito bem recomendado no Trip Advisor. Tentamos almoçar lá dois dias e demos com a cara na porta. Estava cheio, então a entrada era só com reserva. Fica a dica para quem quiser tentar.
Rua Fresia 246-A
Sweet & Gourmet – Sobremesas e café

Essa loja tem algumas filiais (em Villarrica, por exemplo), mas a unidade que eles chamam de Casa de Campo é uma atração à parte. Parece uma casa de princesas. Muito legal para levar crianças. Eu adorei!
Tem refeições, mas o foco é sobremesa! Tem sorvetes, tortas, bolos e chocolates. E para quem não é fã de doces, pode tomar um cafezinho ou chá. Comi uma torta de banana com doce de leite, sensacional.
Casa de Campo – km 4.5 da rodovia S-91 (rota de Villarrica a Loncoche)
Huerto Azul – compotas, antepastos e chocolates

Vimos essa loja em Pucón e Villarrica. É incrível a diversidade de compotas, geleias e antepastos que tem ali. Av. Bernardo O’Higgins, 291
Há mais opções (pizzarias, hamburguerias, comida árabe, entre outros) de locais para comer em Pucón, mas deixo aqui no post o que pesquisei ou experimentei.
Mais informações de roteiros na região de Pucón
Para entrar em contato com a agência parceira do blog nessa região e conhecer os roteiros e valores, é só clicar no link que vou deixar abaixo. O atendimento e os tours são em português.
Olá!! É maravilhoso!! Em SP não conheço nenhuma. Os parceiros que indico são do Chile, especializados em brasileiros!
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Oie… me apaixonei pelo lugar. Indica alguma agência em SP para viabilizar tudo?
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Oi Patricia! Muito feliz que o blog esteja ajudando e empolgando ainda mais pra viagem. Nós fomos em novembro passado. E sim, completamente possível ir até Valdivia a partir de Pucón. Fizemos bate volta e deu pra conhecer o básico. São mais ou menos 2 horas de viagem. Estrada tranquila. As dicas de Valdivia estão no post https://chileando.net/2018/12/06/a-capital-cervejeira-do-chile/ 😉
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Amiga, eu to apaixonada pelo seu blog, fui a Pucon e estou retornando este ano, suas dicas são incríveis, to super animada. Gostaria de saber se alugarmos um carro em Pucon conseguiríamos fazer um bate volta para Valdivia? Que mês foi este que vc foi e registrou? Muito obrigada, to super animada.
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Espetacular passeio!!!
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