Escolher bem o roteiro faz toda a diferença. Em nossa primeira visita à região, não sabíamos bem onde ir, então acabou não sendo muito produtiva. Dessa vez, voltamos a Cajón del Maipo, em pleno inverno, e incluímos uma visita ao Embalse el Yeso.

O Embalse el Yeso
Esse ponto turístico, que rende lindas fotos, é uma represa administrada pela empresa privada Águas Andinas. O Embalse el Yeso fica a 2500 metros de altitude e parte da água que abastece a região metropolitana de Santiago vem dali. Leia mais sobre a qualidade da água no post A água do Chile é dura.
O inverno não é a melhor época para visitar, se considerar o acesso, que pode estar em más condições por conta da neve, mas resolvemos arriscar acreditando que a paisagem fosse mais bonita nesse período. Pesquisei a opinião de diversas pessoas antes de ir e achei interessante ver descrições tão diferentes para o mesmo lugar.
Em determinados períodos do ano há estrutura (informal) de estacionamento, banheiros e alimentação nos arredores da represa. Já em outros, tudo isso desaparece. Há dias em que a água da represa pode ser vista na cor verde, em outros, ela está azul. Há épocas em que você consegue chegar dirigindo, em outras, apenas caminhando (longamente). Por fim, cheguei à conclusão de que o local é “metamorfósico”.


Leia também o post sobre Cajón del Maipo no verão.
Como chegar ao Embalse el Yeso de carro
Saímos de Santiago às 9h00 da manhã, porém recomendo ir mais cedo para não enfrentar congestionamento ao chegar e sair. Talvez por ter sido fim de semana, estava bem cheio.
Sem paradas, são cerca de 3 horas até lá (nós levamos 1 hora só para atravessar Santiago). Saindo da cidade por Puente Alto pode-se seguir direto pelo Camino al Volcán ou atravessar para o outro lado do rio pelo Camino el Toyo, que é um pouco mais rápido por não passar no meio dos povoados. A paisagem é praticamente a mesma e essa estrada volta para o Camino al Volcán mais à frente.
Nós fomos pela via mais rápida e voltamos pela outra, para fazer algumas paradas.
Ambas as rotas margeiam o rio Maipo durante todo o percurso.

A estrada é de faixa única e está em bom estado. No entanto, precisa ter atenção, por conta das curvas e pelos animais que cruzam a pista.

Após passar por San Gabriel (km 47 da rodovia), a sinalização vai indicar o acesso à esquerda para o Camino Embalse el Yeso. A partir daí, são pouco mais de 20 km até a represa, metade com asfalto e metade de terra. A maior parte desse trecho estava em boas condições.

Havia um local com água passando pela pista, mas era possível atravessar sem muita dificuldade. Aliás, quanto mais tarde a volta, mais tem congestionamento aí, porque os carros passam bem devagar.

Vá com o automóvel abastecido, pois não há postos de combustível dando sopa pelo caminho.
Cajón del Maipo com agência de turismo
Uma opção, ao invés de ir com veículo próprio, é contratar um tour a Cajón del Maipo. Dessa forma, você pode evitar preocupações com as restrições de acesso e com as condições da via.
O blog tem agências parceiras, que prestam um serviço de confiança. Para conhecê-las clique aqui.
Acesso local
No dia que fomos, por causa da neve (que nem era tanta assim), não foi possível chegar até a represa de carro. Havia dois bolsões de estacionamento. Escolhemos o mais próximo e seguimos a pé por cerca de 1,5 km. A caminhada é uma subida leve que vai ficando escorregadia e enlameada à medida em que se avança. Apesar de ter ido com uma bota quente e impermeável, a sola não era própria para a neve, então precisei redobrar o cuidado e dei meus escorregões, mas sem cair. Tinha bastante criança e até pessoas com dificuldade de locomoção andando até a represa. Mas, é meio perrengue.

A trilha que circunda o Embalse vai muito além desse trecho, e quanto mais você anda, mais bonito fica. Então, seguimos uns 500 metros até uma ponta que deu acesso à outra paisagem linda.
Tiramos fotos, contemplamos o visual e iniciamos a caminhada de volta.

Estrutura no Embalse el Yeso
Durante o percurso a pé, passamos por três locais com banheiros químicos, sendo o primeiro na saída do estacionamento. Fomos lá nos mais distantes, com menos fila. Havia uma moça que limpava a cada pessoa que saía e outra que oferecia papel higiênico e álcool gel para higienizar as mãos. O banheiro estava limpíssimo. No entanto, pagamos 500 pesos (3 reais) para utilizá-lo. É justo.

Leve em conta que não é em qualquer época do ano que há banheiros por ali. Creio que apenas aos fins de semana, no inverno. Então, é interessante fazer alguma parada pelo caminho antes de chegar.
Nesse dia, também havia barracas vendendo empanada e outros beliscos, além de chá, chocolate quente, etc. Mas, nós levamos nosso próprio lanche e água. Muitas pessoas fazem picnic nas pedras à beira da represa ou até churrasco no estacionamento. Independente de sua preferência, é importante se certificar de que nenhum lixo ficou para trás antes de partir.
Atenção e segurança no Embalse el Yeso
A trilha em volta do Embalse el Yeso é bem próxima à montanha e o local é bastante vulnerável a deslizamentos, principalmente no inverno. Fique atento sempre, siga orientações do guia e procure andar o mais longe possível da parede de pedra.
Outra coisa é que ali é uma zona vulcânica. Na área do estacionamento, há sinalização advertindo sobre alguns procedimentos de evacuação. Talvez seja remota a chance de acidente desse tipo, mas informação nunca é demais e, eu, não iniciei a caminhada antes de ler a tal placa ;-).

Paradas pelo caminho
Mais interessante do que apenas ir ao Embalse el Yeso e voltar é explorar a rota, até porque o caminho é longo. No retorno usamos apenas a estrada Camino al Volcán, que é onde há mais opções de parada.
Tem muitos lugares onde dá para encostar o carro com segurança para tirar fotos lindas. A paisagem no inverno em Cajón del Maipo é incrível. Muito comum também, é ver pessoas fazendo picnic próximo aos rios Maipo e Yeso.

Além disso, nessa região se produz mel e há diversas barracas vendendo à beira da pista aos fins de semana. É puro, fresco e uma delícia. Compramos próximo a El Ingenio. Custou 4 mil pesos o kilo (mais ou menos 20 reais). Essas barracas também vendem nozes, amêndoas, pistaches e outros frutos secos. Tudo fresquinho.
Depois paramos para um chocolate quente na charmosa Casa Chocolate. É daquele bem cremosão e chocolatudo. Apesar do frio, tinha bastante gente tomando sorvete também.

Tem muitos restaurantes no caminho, aparentemente simples e rústicos. Dessa vez não paramos em nenhum, mas em outra ocasião almoçamos no Casa Bosque. Parece um grande lar de duendes, assim como a Casa Chocolate. As crianças se encantam e a comida estava muito boa. O local é cheio, pois é um dos mais conhecidos da região. Havíamos feito reserva antes pelo site.
Há também opções de hospedagem, camping e de esportes como rafting, cavalgada e trekking.
Em certo momento, a estrada corta o centrinho de San José de Maipo. Ali tem feirinha de artesanatos, lojinhas e mais restaurantes.
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Esse lugar é maravilhoso, suas informações estão ótimas!
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Amei o seu blog!
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Belissimo passeio. Informacoes muito interessantes!!!
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