Chiloé: vale a pena visitar?

Vale a pena visitar Chiloé sim! No entanto, para ter uma boa experiência e conhecer as ilhas como merecem ser conhecidas, programe ao menos um pernoite por lá.

A ilha principal (Ilha Grande de Chiloé), como o próprio nome indica, é enorme e exige bastante deslocamento. Além disso, visitar Chiloé sem conhecer algumas das ilhotas próximas não faz sentido, visto que são lindas! Tudo isso leva tempo. Fazer em um só dia fica cansativo e corrido.

Para dar uma ideia, minha viagem de carro de Puerto Montt até Castro, que é a cidade principal da Ilha Grande, levou 3h30. Considere o mesmo tempo para retorno e já são 7 horas de deslocamento para apenas um local turístico de Chiloé.

Como chegar a Chiloé?

Chiloé é um arquipélago composto por aproximadamente 30 ilhas. A ilha principal é a quinta maior da América do Sul. Está localizada na parte norte da Patagônia Chilena, na Região do Lagos.

De Santiago a Puerto Montt

Apesar de ter um pequeno aeroporto na ilha, me parece que não há muitos voos chegando ou saindo dali. O mais comum é chegar pelo aeroporto de Puerto Montt e fazer a travessia de balsa.

É possível dirigir de Santiago a Chiloé, mas o percurso é longo e vai levar cerca de 12 horas. Há companhias de ônibus que também fazem esse trecho.

Quando fiz a viagem, optei por voar até Puerto Montt e aluguei um carro no aeroporto. Na verdade, sempre chego nos destinos de minhas viagens com o carro reservado para não ter problemas. Às vezes, em aeroportos menores há menos opções disponíveis, então prefiro garantir.

Reservo meus carros pelo site Rentalcars. É um comparador que já me mostra preços e modelos disponíveis, em todas as locadoras que operam no local da busca.

Para essa viagem aluguei um carro econômico e paguei 250 reais por duas diárias.

De Puerto Montt a Chiloé

De carro, o trajeto do aeroporto de Puerto Montt até o embarque da balsa, em Pargua, leva 50 minutos (partindo de Puerto Varas a viagem leva cerca de 1 hora). Há ônibus que sai do aeroporto até Chiloé também, mas não tenho detalhes sobre horários e valores.

A travessia de Pargua até Chacao, na Isla Grande de Chiloé, dura uns 30 minutos, mais a espera pelo embarque. Mas as saídas são bem frequentes durante o dia, de 15 em 15 minutos. Durante a noite a travessia também acontece, no entanto com menos frequencia.

A enorme balsa que faz a travessia do continente até Chiloé
A enorme balsa que faz a travessia do continente até Chiloé

Pronto! Você já está em Chiloé, mas não se anime muito. De Chacao, que é no extremo norte da ilha, até a cidade principal, Castro, levei mais 2 horas.

A estrada está em boas condições, porém tem bastante caminhão e peguei trânsito leve em alguns trechos.

Trajeto de Puerto Montt até Casto, na Isla Grande de Chiloé
Trajeto de Puerto Montt até Casto, na Isla Grande de Chiloé

Quanto custa a balsa até Chiloé?

Os valores variam a depender da empresa. Na minha chegada a balsa era da empresa Cruz del Sur e paguei 12.900 pesos (entre 65 e 67 reais). Veja a tabela completa de horários e tarifas aqui.

Na volta, de Chacao até Pargua paguei 13.200 pesos (cerca de 70 reais) na balsa da empresa Transmarchilay. Veja a tabela completa de horários e tarifas aqui.

Onde ficar em Chiloé?

Me hospedei em Castro que estava mais próxima dos pontos que eu queria visitar. É um ótimo local para hospedagem, pois fica no centro da ilha, o que facilita o deslocamento para qualquer ponto de interesse.

Fiquei no hotel Enjoy Chiloé e achei bem localizado e confortável. Meu quarto tinha uma vista lindíssima da baía. Era amplo, no entanto, não muito novo.

Vista do quarto do hotel Enjoy Chiloé
Vista do quarto do hotel Enjoy Chiloé

Eles têm uma área externa com jacuzzis também, que é bem linda! Mas, infelizmente, não tive muito tempo para curtir o hotel.

O que fazer em Chiloé?

Ao contrário do que já li sobre Chiloé, há muita coisa para ver na região e passeios que vão agradar a diferentes interesses. Fiz apenas um pernoite por lá e me arrependi de não ter programado ao menos duas noites.

  1. Quem gosta de história, cultura e arquitetura, pode fazer a Ruta de las Iglesias Patrimoniales. São 16 igrejas declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Elas são antiquíssimas e construídas dentro de um mesmo modelo arquitetônico, em madeira. Não são apenas as igrejas que encantam, mas a rota em si e o entorno. Para visitar essas igrejas é preciso circular entre as charmosas ilhotas do arquipélago.

Uma alternativa é não conhecer todas elas, mas escolher algumas. Assim dá para dividir o tempo de viagem entre igrejas e outros passeios.

Mapa da rota das Igrejas Patrimoniais em Chiloé
Rota das Igrejas Patrimoniais em Chiloé

2. Explorar as ilhotas, ao redor da ilha principal foi o que mais me encantou por ali. Encontrei paisagens lindíssimas em cidadezinhas que parecem cenográficas!

Mirante Vista Hermosa, na ilha Lemuy
Mirante Vista Hermosa, na ilha Lemuy

3. Conhecer as pinguineras em Puñihuil, Ancud. Essa região fica bem ao norte da Isla Grande de Chiloé, ou seja, mais próximo de onde chega a balsa vinda do continente (cerca de uma hora). Então, se o interesse for apenas nesse passeio, aí sim dá para fazer um bate e volta de Puerto Varas ou de Puerto Montt sem muita correria. Mas, na minha opinião, vale a pena explorar mais.

O blog tem parceria com a agência Só Viagem, especializada em brasileiros, que faz esse roteiro, entre outros, na região de Puerto Varas.

Para avistar centenas (ou seriam milhares?) de pinguins, saem barcos de pequeno porte de Puñihuil e se aproximam das rochas onde ficam as aves. Leva uns 30 minutos o passeio completo, que pode ser contratado no local.

4. Fazer city tour em Castro, que é a capital da província de Chiloé e, como tal, é a principal cidade da região. Vale a pena reservar ao menos uma horinha para dar uma circulada por ali. Não vi muita coisa interessante quanto vi nas ilhotas, mas, de qualquer forma, adorei conhecer as palafitas coloridas que são cartão postal de Chiloé.

Palafitas em Castro, capital de Chiloé
Palafitas em Castro, capital de Chiloé

4. Os amantes da natureza tampouco vão se decepcionar. Há grandes parques na ilha principal, como o Parque Nacional de Chiloé, o Parque Tantauco e o Parque Tepuhueico, onde fica o Muelle de las Almas, outro atrativo local.

Esses parques oferecem a possibilidade de caminhadas e muito contato com fauna e flora.

Comida típica de Chiloé

O Curanto é o prato típico de Chiloé. Basicamente, é um assado de mariscos frescos e carnes, além de legumes, como a batata, por exemplo. Aliás, há infinitas variedades de batatas produzidas na região.

Mas, o mais interessante do Curanto é a forma de preparo. É feito um buraco no solo, coloca-se pedras quentes, depois, por cima, folhas de Nalca, que vão envolver todo o alimento. Tudo isso é coberto por terra e fica ali por horas em cozimento lento. Se é bom? Não provei, porque não como mariscos. Mas, que fiquei curiosa, fiquei. Quem sabe em uma próxima visita não provo, comendo apenas os vegetais? 😉

Roteiro de 1 dia completo em Chiloé com pernoite

Viajei a Chiloé no final de novembro e dei sorte com o clima! Chove bastante por lá, mas peguei dias abertos. Como tinha pouco tempo preferi alugar um carro no aeroporto de Puerto Montt.

Me hospedei em Castro, que é central, para facilitar o deslocamento até os lugares que queria conhecer.

Letreiro de Castro reflete as características das construções locais
Letreiro de Castro reflete as características das construções locais

Cheguei no finalzinho da tarde, dei uma volta de carro por Castro, para sentir os ares da cidade e para ver suas famosas palafitas. Não tive tempo para fazer muita coisa.

Consegui também chegar até Dalcahue, um povoado próximo de Castro. Ali fica uma das igrejas da rota Patrimonial, porém eu estava completamente perdida ainda e cansada, sem saber muito onde ir ou o que fazer. Acabei não conhecendo.

Vale mencionar que fiquei de queixo caído com a beleza das estradas da ilha!

Estradas lindas e muito verdes em Chiloé
Estradas lindas e muito verdes em Chiloé

No dia seguinte saí bem cedo do hotel e fui conhecer uma feira local chamada Yumbel, mas ainda estavam abrindo. Eu queria encontrar o alho negro de Chiloé e não deu certo…

Feira artesanal Yumbel, em Castro
Feira artesanal Yumbel, em Castro

Selecionei algumas das igrejas da Ruta de las Iglesias para conhecer, e acabei me surpreendendo! Não apenas pela arquitetura, mas pela rota em si.

Comecei pela igreja de San Francisco de Castro (1912), que fica em frente à Plaza de Armas de Castro. Estava fechada, mas pelo que vi em fotos, o interior é lindíssimo!

Igreja de Castro foi construída em 1912
Igreja de Castro foi construída em 1912

Algumas das igrejas ficam fora da ilha principal, então, quis atravessar para as ilhotas. Nelas, os povoados são tão pequenos, tranquilos, que me encantaram!

Visitei Chonchi, que é de onde saem as balsas para a ilha Lemuy.

Povoado de Chonchi, de onde parte a balsa para Lemuy
Povoado de Chonchi, de onde parte a balsa para Lemuy

Nesse povoado fica mais uma das igrejas da rota, e já que estava lá, dei uma passadinha para conhecê-la, antes da travessia.

Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Chonchi
Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Chonchi

Ilha Lemuy em Chiloé

Paguei 2.200 pesos em cada trecho da travessia entre Chonchi e Lemuy (cerca de 12 reais na ida e mais 12 na volta).

Em Lemuy passei por duas igrejas da rota: a Ichuac (1880) e Adachildo (1910). Embora ambas estivessem fechadas são lindas por fora, sem falar do entorno. Lemuy é muito charmosa e cheia de verde.

Igreja de Ichuac (1880), em Lemuy
Igreja de Ichuac (1880), em Lemuy
O entorno da Igreja de Adachildo (1910) é cenográfico
O entorno da Igreja de Adachildo (1910) é cenográfico

Ilha Quinchao em Chiloé

Retornei para a ilha principal e segui para a travessia à Isla Quinchao. São 5 minutinhos de balsa. Paguei 2.500 pesos por trecho (cerca de 15 reais).

Dei uma passada rápida no povoado chamado Curaco de Velez, que tem uma praça toda colorida e uma igrejinha verde (que não faz parte da rota).

Plaza de Armas de Curaco de Velez, na ilha Quinchao
Plaza de Armas de Curaco de Velez, na ilha Quinchao

Em seguida fui a Achao, que além de linda, tem vista para a Cordilheira dos Andes nevada. Vale a pena conhecer! Sua igreja é a mais antiga (1730) de todas as que fazem parte da rota patrimonial.

A igreja de Achao é a mais antiga das 16 que fazem parte da rota
A igreja de Achao é a mais antiga das 16 que fazem parte da rota
As igrejas da rota têm um mesmo padrão arquitetônico e são construídas em madeira
As igrejas da rota têm um mesmo padrão arquitetônico e são construídas em madeira

O retorno ao continente

Eu não parei para almoçar, para fazer o dia render mais. Comi algumas frutas no carro. Mas como o retorno é longo, saindo de Quinchao, já peguei o caminho de volta ao continente e depois a Puerto Varas. Para dar uma referência de tempo, era cerca de 16h00 quando iniciei a volta e só cheguei às 21h00 no Airbnb de Puerto Varas.

Ou seja, não deu nem para começar. Chiloé tem muito para ver e saí de lá com gostão de quero mais. Senti que quando me ambientei e estava pronta para explorar, meu tempo acabou. Por isso, recomendo demais ficar em Chiloé ao menos duas noites!

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s